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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Artigo

A Igreja Católica defende uma posição mais radical contra a eutanásia. Do ponto de vista dos religiosos, Deus dá o dom à vida e somente Ele pode dar a morte.. Por conseguinte, jamais é lícito matar um paciente, nem sequer para não vê-lo sofrer ou não fazê-lo sofrer, ainda que ele o peça expressamente. Nem o paciente, nem os médicos, nem os enfermeiros, nem os familiares têm a faculdade de decidir ou provocar a morte de uma pessoa. Além disso, não é lícito negar a um paciente a prestação de cuidados vitais, sem os quais seguramente morreria, ainda que sofra de um mal incurável; nem é lícito renunciar a cuidados ou tratamentos proporcionados e disponíveis, quando se sabe que estes são eficazes, mesmo que só parcialmente. Também não se deve negar tratamento aos doentes em coma se existir alguma possibilidade de recuperação. Há a orientação de que não há obrigação de submeter o paciente terminal a novas intervenções cirúrgicas quando não se tem a esperança fundada de tornar-lhe a vida mais suportável. Também é lícito administrar narcóticos e analgésicos que aliviem a dor, ainda que atenuem a consciência e provoque de modo secundário um encurtamento da vida do paciente, contanto que o objetivo da ação seja acalmar a dor e não acelerar dissimuladamente (intencionalmente) sua morte. Ainda, na opinião da Igreja católica é lícito deixar de aplicar procedimentos extraordinários a um paciente em coma quando este tenha perdido toda a atividade cerebral, mas não quando seu cérebro ainda conserva certas funções vitais, se esta omissão provocar-lhe a morte. Os inválidos ou pessoas com má-formação têm o mesmo direito que as outras pessoas no que se refere ao recebimento de tratamentos terapêuticos. Durante as fases pré-natal e pós-natal deverão ser-lhes proporcionadas as mesmas curas ministradas aos fetos e crianças sãs.
Na concepção da Igreja, o Estado não pode atribuir-se o direito de legalizar a eutanásia, pois a vida é um bem que prevalece sobre o poder. A eutanásia é um crime contra a vida humana e a lei divina, pelo que são responsáveis todos os que intervêm na decisão e execução do ato homicida.
Padre Paulo Dione Quintão – Pároco da Igreja Nossa Senhora da Piedade

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