A Igreja Católica defende uma posição mais radical contra a
eutanásia. Do ponto de vista dos religiosos, Deus dá o dom à vida e somente Ele
pode dar a morte.. Por conseguinte, jamais é lícito matar um paciente, nem
sequer para não vê-lo sofrer ou não fazê-lo sofrer, ainda que ele o peça
expressamente. Nem o paciente, nem os médicos, nem os enfermeiros, nem os
familiares têm a faculdade de decidir ou provocar a morte de uma pessoa. Além
disso, não é lícito negar a um paciente a prestação de cuidados vitais, sem os
quais seguramente morreria, ainda que sofra de um mal incurável; nem é lícito
renunciar a cuidados ou tratamentos proporcionados e disponíveis, quando se
sabe que estes são eficazes, mesmo que só parcialmente. Também não se deve
negar tratamento aos doentes em coma se existir alguma possibilidade de
recuperação. Há a orientação de que não há obrigação de submeter o paciente
terminal a novas intervenções cirúrgicas quando não se tem a esperança fundada
de tornar-lhe a vida mais suportável. Também é lícito administrar narcóticos e
analgésicos que aliviem a dor, ainda que atenuem a consciência e provoque de
modo secundário um encurtamento da vida do paciente, contanto que o objetivo da
ação seja acalmar a dor e não acelerar dissimuladamente (intencionalmente) sua
morte. Ainda, na opinião da Igreja católica é lícito deixar de aplicar
procedimentos extraordinários a um paciente em coma quando este tenha perdido
toda a atividade cerebral, mas não quando seu cérebro ainda conserva certas
funções vitais, se esta omissão provocar-lhe a morte. Os inválidos ou pessoas
com má-formação têm o mesmo direito que as outras pessoas no que se refere ao
recebimento de tratamentos terapêuticos. Durante as fases pré-natal e pós-natal
deverão ser-lhes proporcionadas as mesmas curas ministradas aos fetos e
crianças sãs.
Na concepção da Igreja, o Estado não pode atribuir-se o
direito de legalizar a eutanásia, pois a vida é um bem que prevalece sobre o
poder. A eutanásia é um crime contra a vida humana e a lei divina, pelo que são
responsáveis todos os que intervêm na decisão e execução do ato homicida.
Padre Paulo Dione Quintão – Pároco da Igreja
Nossa Senhora da Piedade
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